21 de março de 2017
Depois de o Banco Central determinar que ninguém pode ficar mais de 30 dias no crédito rotativo – o que, na prática, significa o fim deste -, os bancos desenvolveram produtos para transformar o débito de quem não puder pagar à vista em uma operação de crédito parcelado.
Economistas fizeram as contas e chegaram à conclusão que seria mais barato ficar no rotativo por alguns meses do que cair no crédito parcelado.
As mudanças entram em vigor no dia 3 de abril. A partir da alteração, o cliente tem de ficar atento e negociar antes com o banco o empréstimo que deve pegar. Se não conseguir uma taxa favorável, o melhor é recorrer ao crédito consignado, se tiver essa oportunidade.
O que mudou?
A partir do dia 3 de abril, nenhum brasileiro poderá usar mais 30 dias o crédito rotativo do cartão. Assim que vencer a segunda fatura, o cliente terá de quitar a primeira conta ou trocar essa dívida por outra. Os bancos devem oferecer um novo empréstimo. É preciso ficar atento aos juros cobrados.
Por que mudou?
Porque o custo desse empréstimo era muito alto. As taxas de juros estão, em média, em 486,8% ao ano. Com todo esse juro, o risco de a pessoa ficar inadimplente era muito alto. O BC alega que tomou uma medida que ajudará o balanço dos bancos, porque dará condições para o correntista pagar o débito antes que ele se transforme em uma dívida impagável.
Como ficará esse pagamento?
Os bancos não são obrigados a oferecer uma nova linha de empréstimo para seus clientes saírem do rotativo, mas é o que farão. A mudança pode ser automática ou acordada com o cliente. Cada banco terá sua política. O custo deve cair significativamente, porque os juros são menores. No entanto, é preciso ficar atento aos prazos das operações: afinal, quanto mais longo, maiores serão os juros.
O cartão pode acabar bloqueado?
Depende da política do banco e do relacionamento com o cliente, mas a tendência é que não. Do total do limite de crédito do indivíduo, deve ser consumida a apenas a parte do débito que foi parcelado.
Um empréstimo parcelado tem taxa de juros mais barata que a do cartão de crédito. Em média, os juros cairão de cerca de 15% ao mês para uma taxa de juros no parcelado de cerca de 8% ao mês. Essa taxa varia de cliente a cliente. É uma queda de quase 47% dos juros. Mesmo assim, a conta pode ficar mais cara.
Fonte: Agência O Globo